quarta-feira, 15 de abril de 2009

Prática: estabilizando em quadrupedia.

Oi pessoal.
Vamos pensar / praticar hoje na estabilização em quadrupedia.
Uma vantagem dessa posição é o fato de ser um ambiente estranho (não é uma situação que costumamos utilizar com frequência) o que facilita o encontro de novos caminhos motores.
As posições mais habituais são mais "viciadas" e podem dificultar o encontro de novos padrões.
Outra coisa bacana é que estamos em descarga de peso tanto em MMII como em MMSS.
A descarga de peso em cadeias fechadas (no caso o solo), ajuda a organização das cinturas escapular pélvica.

1) Iniciaremos em posição de quadrupedia: punhos diretamente abaixo dos ombros, joelhos abaixo dos quadris, braços longos (mas não travados) e paralelos as coxas. O tronco está paralelo ao solo com crânio, ápice da cifose torácica, sacro na mesma linha. Olhar no solo, nuca longa, oposição entre ísquios e topo da cabeça. Oposição também entre ombros (acrômios) e topo da cabeça. As escápulas acoplam-se nas costas como se fossem mãos segurando as costas tracionando suavemente para baixo.
Imagine que seus braços e coxas são troncos ou caules de árvores, enraizados firmemente no solo e com seiva e energia correndo por eles. Seu tronco espreguiça-se em direções opostas e saem focos de luz pelo topo da cabeça e pelos ísquios paralelos ao solo.
Inspire suavemente pelo nariz sentindo expandir suas costelas como se fosse um guarda chuva
que abre um pouco. Expire enquando as costelas descem (fechando um pouco mais o guarda chuva) e imagine um cinturão de vários umbigos ao redor de toda a cintura. Inspire novamente e, enquanto expira longamente pense em apoximar os ísquios e elvar o ânus, afunilar a costelas e ajustar a cinta de umbigos trazendo todos para o centro do corpo. Repita algumas vezes sempre visualizando que cada vez que expirar e ativar seu centro as costelas estabelecem uma relação com sua bacia e sistenta seu tronco levitando no ar. Membros enraizados e tronco espreguiçando-se em direções opostas.

2) Nosso próximo passo será inspirar suavemente e , equanto expiramos,mantendo a bacia paralela ao solo,com a s cristas ilíacas apontando para ele, descarregamos o peso em um dos joelhos enquanto vamos deslizando uma das pernas para trás.
Imagine o psoas firmemente inserido na coluna que se apresenta estável num tronco firme. A relação entre costelas e bacia permanece assim como a coluna que flutua sobre este interior ativado e energético.
A perna se apoia no ar abaixo dela e bóia sobre esse ar.
As escápulas continuam "agarradas" nas costas enquanto nuca e ombros estão longos e confortáveis.

Atenção para a volta do movimento: a tendência é que a perna traga consigo a coluna em flexão. Portanto relaxe a articulação do quadril, alcance os ísquios para longe como se pensasse em arrebitar um pouco o bumbum. Sinta o fêmur deslizar dentro do acetábulo, cavando dentro da bacia como se estivesse cheio de óleo. Afrouxe a articulação do quadris e joelho enquanto o fêmur volta para a posição inicial e a bacia mantém a mesma posição todo o tempo como se nada tivesse acontecido.



Atenção, erros comuns: subir a perna demais; perder o foco de concentração no centro, na relação das costelas com bacia permitindo que a coluna ceda e desorganize. Deixar a bacia se movimentar enquanto a perna sobe e quando ela volta.
Veja ao lado.

domingo, 12 de abril de 2009

Estabilização em decúbito lateral: um exemplo prático.

A compreensão de que a coluna neutra já é comprovadamente a melhor forma de manter a coluna vertebral, tanto em situações de sobrecarga (carregando sacolas, pegando netos no solo), como em situações posturais cotidianas como se manter sentado no computador ou no almoço, garante aos professores trabalharem de uma maneira muito mais adequada durante sessões de atividade física.

Mas afinal, o que é a coluna neutra?

É a posição natural da coluna com suas curvas fisiológicas preservadas: lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e sacro. Quando deitamos no solo e damos uma boa espreguiçada relaxando em seguida com as pernas estendidas poderemos sentir as zonas de apoio no solo (crânio, cifose torácica e sacro) e os espaços que não tocam o solo (lordose lombar e cervical). É esse formato em curvas de nossa coluna que garante que quando damos um salto, temos dissipação das forças como se a coluna fosse uma mola. Imagine o mesmo salto com a coluna reta e rígida...

Importante entretanto é saber acionar o centro de força do corpo, o "Core" eficientemente para que a estabilidade seja mantida.
Essa é uma das tarefas mais difíceis de ensinar e de aprender. Além disso, na minha opinião, é um dos maiores benefícios que podemos dar a um aluno dentro do ambiente de Pilates.

Quando queremos estabilizar, queremos movimentar os membros mantendo a coluna praticamente imóvel. É claro que teremos momentos de nossa aula aonde o foco será a mobilidade. Mas, no momento de estabilização a idéia é, realmente, deixar estável, sem movimento.

Podemos fazer isso em decúbito dorsal, em quadrupedia, em decúbito lateral, sentados na bola ou em pé. Como quisermos.

O importante de se ter em em mente é que, quanto mais o membro se afasta, maior a ação que deverá ser feita no centro, assim como qualquer gangorra ou balança que queremos manter em equilíbrio, estável.

Vamos ver um exemplo de estabilização em decúbito lateral.

O objetivo do movimento será estender o quadril mandando o joelho para longe até que fique alinhado com o tronco. A intenção é manter a coluna estável pois sua tendência será ver aumentada a lordose lombar enquanto o quadril estende e retificada a mesma lordose enquanto voltamos a posição inicial de flexão.

Elevamos a perna de cima e procuramos manter um espaço entre a cintura e o solo.
Inspiramos suavemente pelo nariz.
Enquanto expiramos, suavizamos o esterno e afunilamos as costelas; elevamos o ânus e pensamos em esculpir a pelve tracionando a musculatura para cima e para dentro mantendo , assim , a relaçao entre costelas e cristas ilíacas.
Pensamos em um cinturão de umbigos ajustado em torno de toda a circunferência de nosso tronco.
Na volta, enquanto inspiramos sentindo o ar espandir em nossas costelas, procuramos relaxar a articulação do quadril, sentir o fêmur cavando dentro da bacia enquanto lançamos os ísquios para trás mantendo a lordose lombar. O trabalho mais intenso aqui é dos multífidos na manutenção ( e não aumento) da lordose.

Observem abaixo o mesmo movimento sem a estabilização. Notem o aumento da lordose e as costelas abertas.



Expeimentem e me contem. Abraço, Silvia.
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Sampa, SP, Brazil
Mulher, mãe, professora de Ed. Física, instrutora de Pilates, uma apaixonada pelo movimento: o meu, o seu, o de todos nós, o de todas as coisas..