terça-feira, 30 de março de 2010

DVD: a capa e uma palhinha!

Olá pessoal!

Várias pessoas me perguntaram sobre o DVD.
A capinha dele é esta e, de qualquer forma, aparece meu nome também.
Coloquei uma colagem de alguns trechos, só para vocês terem uma idéia do trabalho.
Quem adquirir,lembre-se de me contar o que achou!

Beijos, Silvia.

domingo, 28 de março de 2010

Pilates para crianças!


Olá pessoal!

Na Revista Oficial de Pilates desse mês, saiu uma matéria com o título Natureza Infantil.

A responsável pela matéria foi a educadora Mayra Nascimento, da Physio Pilates de Salvador. Ela é a responsável pelo Workshop Pilates Para Crianças, desenvolvido em todo Brasil: "Queremos melhorar a qualidade de vida de nossas crianças", diz Mayra.

A intenção é oferecer aulas de Pilates para as crianças dentro das escolas, seja como curso regular, seja como matéria extra classe.
Imagine uma aula que desenvolva a consciência coproral, e ensine, de uma maneira lúdica, como sentar de maneira adequada sem comprometer a coluna, como alongar os músculos encurtados pelo cotidiano de cadeiras e computadores, como (e por que) carregar sacolas e pegar coisas do solo de uma forma ou de outra... ou seja: higiene postural. Conteúdo que, certamente, deveria fazer parte do curriculum da Educação Física nas escolas.

No workshop, Mayra nos prepara exatamente para isso: como lidar com os conteúdos, como adaptar os exercícios à realidade das crianças. Utilizando-se de textos, histórias e autores com Rubem Alves, Alberto Caeiro (Fernando Pessoa), Caubi Nova, entre outros, ela nos faz dar um profundo mergulho no universo das potencialidades e necessidades do universo infantil!
É um workshop maravilhoso,inesquecível!

Nesta matéria eu ainda tive a oportunidade de ajudar na sessão de fotos, e colocar o babador para fazê-lo, já que a modelinho foi minha filha Dora, de 8 anos.
Coloco algumas imagens para ilustrar, mas a revista está à venda nas bancas.



Seguem abaixo as datas em que o workshop será desenvolvido em várias cidades do Brasil e o link para maiores informações.

Cidades e Datas
Belo Horizonte 16/07/10
Florianópolis 10/09/10
João Pessoa 13/08/10
Porto Alegre 14/05/10
São Paulo 18/06/10

http://www.physiopilates.com/educacao/cursos/workshops/pilates-para-criancas

É isso aí, fica a dica!
Beijos, Silva.

terça-feira, 23 de março de 2010

Auto-toque: dicas tácteis para observar, manter e estimular.

Recomendo que esta postagem seja lida depois da anterior, justo abaixo desta, visto que essa é, praticamente, uma continuação daquela.

Além da utilização do auto-toque para ganho de afrouxamento/relaxamento muscular, ele também pode ser um poderoso aliado da reorganização postural sendo utilizado de maneiras diversas.

Por exemplo, tornar mais clara a posição que gostaríamos de manter os ossos em situações determinadas, é um caminho para o estímular a musculatura adequada a fazê-lo. E a indicação da estabilidade do posicionamento desses ossos, pode ser dada, com precisão pelos toques tácteis.

Vejamos nas fotos abaixo, dois exemplos da mesma ativação.
No primeiro vemos um exercício de dissociação de pernas no rolo, com necessidade da estabilização da coluna neutra através da ativação do centro. No caso, quem coloca as mãos é o professor - polegares nas costelas e demais dedos sobre as cristas ilíacas.

Em seguida, num Dead Bug, vemos a mesma situação - dissociação de MMII com estabilização de centro - com a utilização das mãos do próprio executante, em posição semelhante: polegares nas costelas, e demais dedos sobre as cristas ilíacas.
Inspiramos e, enquanto expiramos, elevando o assoalho, ativando o transverso, deslizamos a perna pelo ar desafiando esta estabilidade.
A posição das mãos nos contará se costelas e bacia mantém uma relação estável ou, até onde a perna pode ir, mantendo essa relação estável. Quando ocorrer o afastamento entre esses ossos, certamente é porque a coluna está hiperextendendo, sendo sobrecarregada.
Enquanto essa relação estiver preservada, estaremos numa situação de estabilidade da coluna vertebral.
As mãos do professor podem ser uma dica interessante, pois dão o toque aferente estimulando a organização.
No entanto a colocação das próprias mãos do aluno em seu corpo,como desenvolvemos na postagem anterior, provê uma gama muito maior de sensações e possibilidades de ajustes e limites. Lembrar que a sensação dos movimentos dos ossos que estamos "observando" com o toque, vai para as mãos e vice versa, temos uma via de duas mãos multiplicando o leque de sensações.

Outro bom exemplo é a utilização das mãos do aluno no decúbito lateral com dissociação de MMII, o side lying.
Nesse caso o desafio não está na alavanca criada pelos MMII em seu afastamento do centro. Em geral, no momento da elevação da perna em abdução associada a flexão, devido ao encurtamento e falta de mobilidade, capacidade de relaxamento desta articulação, a dissociação coxo femoral é ineficaz e acaba arrastando a coluna vertebral, desorganizando-a e sobrecarregando-a.
As mãos, novamente, entram como um sinalizador do posicionamento e estabilização óssea e, neste caso, também como um toque ativo no sentido de "empurrar" a bacia para longe criando espaço entre costelas e bacia.

Nesse sentido do toque ativo, e não apenas sinalizador, gostaria de dar duas dicas de possível estímulo de auto toque. Nas subida da ponte (shoulder bridge), as mãos podem estimular a abertura dos quadris na subida (região dos flexores) novamente com a idéia de preencher esse volume dos flexores e, na descida, estimulado o abaixamento das costelas, estimulando com as mãos o amaciamento do esterno.

Na flexão torácica as mãos podem ser de grande auxílio, desde que bem posicionadas e utilizadas. Uma das mãos pode tracionar e dar suporte para a nuca, enquanto a outra amacia o esterno. Nesse caso preferi lançar mão de uma animação para ficar mais clara a visualização.


De qualquer forma lembrem-se: sempre experimentem, pratiquem e estejam claros do que querem do aluno.

Lembrem-se também que existe uma outra opção de toque que é utilzar um objeto transicional. São exemplos o paninho, a theraband, etc.
Nesse caso utilizamos um objeto entre o professor e o aluno que também dará estímulos e direcionamentos à ação.
Revejam:
http://pilatespaco.blogspot.com/2009/10/ialongamento-eficaz-de-isquiotibiais.html
http://pilatespaco.blogspot.com/2007/11/paninhos.html
http://pilatespaco.blogspot.com/2008/02/oi-pessoal-estes-dias-tenho-sugerido.html



É isso aí, pratiquem e vamos compartilhar nossa experiências! Beijo, Silvia.

sábado, 20 de março de 2010

Dicas tácteis: a chave está nas mãos.... de quem?

Uma estratégia que venho utilizando nas aulas com resultados bastante efetivos, é o estímulo ao auto-toque. Ele se insere na categoria dos toques tácteis que, em geral, é feito pelo professor.

Vamos relembrar um pouco o mecanismo de percepção no corpo.
Temos, basicamente, duas vias: aferentes e eferentes.

As aferentes representam o caminho de comunicação meio ambiente-cérebro, ou seja, leva informações do meio externo como temperatura, umidade, texturas e, também, do meio interno, posição do corpo no espaço (os famosos proprioceptores), fome, sede, para nosso computador central.

As eferentes, por sua vez, formam o caminho inverso, levam todo tipo de comando do cérebro para o corpo, seja através do automático sistema parassimpático – respirar, digerir, pulsar - seja de forma consciente, ou nem tanto, através do sistema simpático - andar, falar, coçar. Ou seja, nossa ativação muscular consciente é feita pelas vias eferentes.

Obviamente é um sistema extremamente sofisticado, construído de maneira estratégica para que possamos sentir desde a mais sutil brisa no rosto até o quanto devemos colocar de força para tirar uma poeirinha do rosto de um bebê sem despertá-lo.

Muito bem, quando tocamos em alguém, esse toque tem um poder. Um bom toque profissional pode ser extremamente eficaz, desde a ação de um quiropraxista, que realmente mobiliza ossos e articulações, até fisioterapeutas desenvolvendo RPG, incluindo sutilezas (não menos poderosas) como o Reiki.

No ambiente de Pilates, muitos alunos adoram ser tocados, outros nem tanto.
Vamos considerar que estamos diante de uma aluno bastante tenso nos ombros e pescoço e queremos estimular nele, justamente, esse relaxamento, o desligar dessa musculatura de esternocleido, trapézio,etc.

O movimento que utilizaremos é a flexão da cervical no plano frontal. Observamos prontamente que, durante o movimento, o pescoço fica rígido do lado côncavo. Damos dicas verbais:
Mantenha o pescoço macio, deixe a gravidade trazê-lo para a lateral, amacie, amoleça o lado côncavo, etc.

Damos dicas tácteis colocando nossas mãos no pescoço do aluno, uma de cada lado, nos posicionando atrás dele. Qual é o objetivo desse toque? Estimular, despertar a região para que ele tome consciência do local tensionado e procure desativá-lo. Verificamos que, nem sempre, esta dica táctil traz reultados efetivos.

Então lançamos mão de uma outra estratégia: o auto-toque. Quais as diferenças?
Vamos pensar:

Caso 1 - o toque do professor: o aluno está contraindo, ainda que não se dê conta disso, a musculatura da região do pescoço através de um estímulo eferente; o professor dá um toque táctil proporcionando ao aluno um estímulo aferente para que o mesmo tome consciência do local tenso, do músculo que ele está ativando e procure, a partir desta dica, entre outras, relaxar, modificar, desligar esse estímulo eferente de contração pouco eficiente.

Caso 2 – o toque do aluno: o aluno está contraindo, ainda que não se dê conta disso, a musculatura da região do pescoço através de um estímulo eferente; o próprio aluno toca seu pescoço dando o estímulo aferente e, simultaneamente, recebendo um estímulo aferente através de suas mãos contando sobre a densidade, a textura, a temperatura, a ativação muscular deste pescoço. Forma-se um ciclo de vias aferentes e eferentes que possibilita um reajuste praticamente automático e, extremamente eficaz do tônus em questão.

Um último comentário dentro do mesmo exercício, as vezes o aluno se toca e se pergunta o que devo esperar?
Peço que ele toque meu pescoço, mobilize minha cabeça, ou sinta o deslizamento do meu úmero sob o acrômio... funciona bem! É mais uma referência sensorial possível que você oferece ao aluno.

É isso aí! Experimentem e vamos compartilhar. Beijos, Silvia.

sexta-feira, 19 de março de 2010

DVD Pilates Silvia Gomes !



Oi pessoal!

Fui convidada para gravar uma série de 2 DVD's de Pilates, com exercícios para serem feitos em casa.
No primeiro eu e a Jéssica, professora da minha equipe, apresentamos uma série de exercícios em pé, quadrupedia, deitada, etc.
Exercícios simples, o mais bem explicado que eu consegui diante das câmeras - nasci mesmo para professora, náo artista - e para serem executados em casa, sem acessórios... no máximo uma canga.

O segundo fiz com a professora Ana Lígia, que também trabalha comigo, e utilizamos uma cadeira. Minha idéia foi ensinar exercícios que pudessem ser realizados em casa, no trabalho em qualquer lugar descobrindo benefícios na situação sentada (que não costuma ajudar muito).

O primeiro DVD deve ser lançado nas bancas ainda este mês, e o segundo em Abril.

Essas fotos foram tiradas pelo nosso fiel parceiro-fotógrafo Fabio Heinzereder, no dia da gravação do segundo: eu e a Aninha, lá no estúdio da GAP, transformado em set de filmagens... chique no úrtimo!!! Rsrsrsrrs.....

Quem quiser adquirir o primeiro DVD, pode fazê-lo nas bancas ou comigo. Neste caso oferecemos o pacotinho DVD + camiseta Pilates Silvia Gomes por R$40,00 + valor do SEDEX.
É só entrar em contato postando um comentário aqui mesmo no blog e deixando o e-mail para contato.
O segundo conversamos depois.

É isso aí! Quem assistir, por favor, me conte o que achou.
Beijo grande, Silvia.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Glúteo máximo: um cinto de segurança para a lombar.


Olá pessoal!

Todos nós sabemos da importância de flexibilizar a articulação coxofemoral e alongar os flexores do quadril. Afinal, a conexão entre tronco e membros inferiores se dá por essa conexão do femur com a bacia.
Ter essa articulação livre, com uma boa amplitude de movimento e bem dissociada, garante uma boa parte da saúde da lombar. Reveja também http://pilatespaco.blogspot.com/2009/05/praticas-e-dicas-para-melhorar.html
Para que essa situação chegue naquele momento bacana de não termos mais que nos preocupar com isso pois a organização já se dá de forma natural, precisamos fazer, inicialmente, nossos alunos praticarem a estabilização para garantir a dissociação.

Tenho procurado colocar em algum momento de todas as minhas aulas (ou em mais de um), situações que levem o quadril a extensão, ou seja, que a coxa vá para trás (pensando em plano sagital).
Depois da aula experimental de Gyrokinesis aberta a todos agora em Março, Daniela Augusto iniciou uma parceria com a GAP, academia aonde tenho instalado meu estúdio no Sumaré, e eu voltei a fazer aulas de Gyrokinesis com ela.
Um elemento que é muito utilizado por ela na aula é a ativação do assoalho pélvico e glúteos como parte fundamental da conexão do centro.
Como já dizia Jaqueline Borges do Atelier do Corpo, desde há muito tempo atrás, são os glúteos que abraçam os ísquios por trás.

Além disso, Daniela dá uma imagem, uma dica, que achei extremamente interessante e efetiva. É uma dica que casa muito bem com da Coleen de abrir os quadris, mas vai além: é a idéia de preencher o espaço do flexores do quadril.
Se quando flexionamos o quadril pensamos no fêmur cavando dentro da bacia e formando uma prega, uma fenda na pele e musculatura a sua frente por seu afrouxamento / relaxamento, na extensão vamos fazer o contrário, ou seja, preencher esse espaço, criar volume nele. Ela utiliza a expressão estreitar a pelve. Na realidade, é um momento de conexão do CORE, mas com ênfase na cinturá pélvica.
  • O assoalho pélvico é ativado, superficialmente aproximando ísquios, cocix e púbis e, mais profundamente elevando o ânus. O transverso é ativado em toda sua conexão com a bacia tracionando a pelve pela frente enquanto o glúteo abraça os ísquios por trás, promovendo um escorregamento, ainda maior, do sacro para baixo e para dentro.
  • Quando a perna for estender para trás imaginamos que a pele da parte anterior da coxa, justamente na altura dos quadris se estende tanto, e as coxas e joelhos e pés vão tão longe, que a perna sobe, flutuando.
  • Desta forma não existe tensão na musculatura posterior no sentido de tensão, encurtamento, mas ao contrário, a musculatura ativa através dos deslizamentos de suas fibras, de forma que a pele se "enruga" enquanto a do outro lado estende. Novamente é idéia que comentamos no post sobre flexões laterais, de que um tubo rígido não flexibiliza.
  • Em situações de descarga de peso em decúbito ventral, auxilia bastante a idéia de manter o púbis apoiado no solo / spine corrector etc. enquanto o sacro escorrega para baixo ajudando em sua fixação.
  • Vamos lembrar que a posição de joelhos convida a uma imediata tração anterior no quadril http://pilatespaco.blogspot.com/2009/09/de-joelhos.html
Com todas essa idéias em mente e ação, a lombar espreguiça e, muito dificilmente, venha o desafio que vier, ela será sobrecarregada.

O cinto de segurança
:

Vamos considerar, entretanto, que estamos diante de um aluno novo, com tensão na lombar e lombalgia por esse motivo (e não retificação). Possivelmente essa situação está associada a um encurtamento / tensionamento dos flexores do quadril que tracionam a lombar para frente) e quadríceps (que traciona a bacia para frente. Some-se a isso um abdome pouco (ou mal) trabalhado, e lá vem a sobrecarga na lombar.

É pouco provável que nosso aluno obtenha uma consciência rápida de toda essa conexão simultânea. Iremos propondo situações para desenvolvê-la aos poucos.
Mas podemos levar em consideração que o glúteo é um músculo fácil de ser acessado (muito mais que um elevador do ânus e mesmo de um transverso), e podemos sim utilizá-lo como cinto de segurança.

O glúteo, afinal, é o motor primário da extensão do quadril sendo desta forma como um cinto de segurança para a lombar, no sentido de não permitir o aumento da lordose que é um movimento diretamente associado com a flexão do quadril.
Lembrem-se, entretanto, que a sugestão para essa ativação do glúteo como cinto de segurança deve ser feita nesse sentido mesmo: imagine que as faixas do cinto saem de seus trocânter, abraçam seus ísquios e abotoam por trás, nessa mesma altura.
É realmente um abraço do glúteo que aduz as pernas e abre a região dos quadris.

É claro que, aos poucos, com a ativação mais eficiente, não é intenção ficar tensionando os glúteos o tempo todo, da mesma maneira que não é intenção manter o abdome, ou qualquer músculo contraido o tempo todo.
O que se está sugerindo aqui é apenas uma estratégia de ação.

Reveja também: http://pilatespaco.blogspot.com/2008/11/dicas-para-flexes-e-extenses-do-quadril.html

É isso aí! Experimentem e vamos compartilhar as sensações e resultados! Beijo, Silvia.

terça-feira, 9 de março de 2010

FlyMoon - Você ainda não tem a sua?

Todos sabem que eu sou fã da Clara Trigo e que amo trabalhar com a flymoon.
Se você ainda não entendeu o porquê, assista ao último vídeo da Clara e fly em seus "Improvisos" .


Dispensa comentários!

Veja também:

http://pilatespaco.blogspot.com/2009/09/fly-moon-by-clara-trigo.html
http://pilatespaco.blogspot.com/2009/09/revista-oficial-de-pilates.html


Beijos Clarita!
Queremos um workshop por aqui com as novidades!!!!

Adquira a sua pela www.physiopilates.com.br e conheça o trabalho da Clara pelo www.claratrigo.com.br

quarta-feira, 3 de março de 2010

Flexões laterais: uma hierarquia no repertório.

As flexões laterais são movimentos muito importantes no ambiente de Pilates. Feitas de maneira adequada, ou seja, garantindo que o movimento aconteça entre cada vértebra da coluna, mantendo um eficiente alongamento axial, vamos conseguir mobilizar a usualmente rígida região torácica, incluindo as costelas, estimulando também a melhora na eficiência respiratória.

O ambiente de Pilates apresenta inúmeras opções para este movimento, o que permite ao professor ter um leque bem variado de exercícios para oferecer desde ao aluno iniciante, que muitas vezes carrega consigo uma importante rigidez, até ao aluno mais avançado, que pode ser desafiado em movimentos integrados. Podemos variar bases de suporte, assistência, descarga de peso, cadeias e por aí vai!

É importante que, em primeiro lugar, esteja claro para o instrutor qual é o objetivo do exercício proposto e se o exercício está realmente adequado ao aluno e a sua habilidade naquele momento do programa. Lembre-se de propor desafios possíveis que estimulem e tragam experiências positivas de movimento.

Um exemplo em relação a isso é o seguinte: se meu aluno é iniciante e meu objetivo é mobilizar as vértebras / costelas despertando a consciência da região torácica, um exercício saindo da negativa, sem assistência como um Side Sit Up no Ladder Barrel provavelmente não será uma boa escolha. Veremos subir um grande bloco pela força do quadrado lombar e oblíquos (músculos globais) e com pouca ativação dos multífidos e outros músculos profundos (locais) responsáveis por mobilizar as vértebras entre si.
Neste caso, provavelmente escolheríamos flexões laterais mais básicas como a Mermaid na Reformer ou solo.

Vamos analisar algumas flexões do repertório pensando em criar alguma hierarquia entre elas e já dando algumas dicas que possam ser utilizadas.

De maneira geral é importante pensar na flexão lateral como um movimento que mobiliza as vértebras no plano frontal convidando a imagens como: imagine que você está entre duas paredes; encostado em uma parede; dentro de uma folha de papel; paralelo ao espelho ou à parede, etc. Chamar a atenção para o alinhamento crânio, torácica e sacro; rosto, esterno, púbis também auxiliam o aluno na sua colocação no espaço.

Verbos como crescer, criar espaço entre as vértebras, imaginar que a coluna forma uma grande onda, um grande C, uma grande vírgula. Visualizar que a coluna cria esta grande curva aberta desde sua raiz no sacro até o balão da cabeça, também são elementos que ajudam no estímulo ao alongamento axial fundamental neste tipo de exercício.

Outra dica importante que tem funcionado bastante com meus alunos e no meu corpo e a idéia de que um tubo rígido não flexibiliza, Desta forma é importante que um lado espreguice, estique a pele e o outro fique frouxo, enrugado, suave. Nada rígido é dobrável!

Lembrem-se que a cabeça tem uma forte tendência por seu peso e pela grande flexibilidade da cervical a contribuir com a desorganização do pescoço. Este final de semana uma professora chamada Andreza deu uma dica bacana: lembrem (ou ensinem) aos seus alunos que a coluna vem até a altura do nariz! Estimulem a levantar a cabeça, abrir o peito e pensar no tronco como um tubo que se flexiona.

Iniciantes: Mermaid na Reformer, solo, sentado no rolo


O posicionamento do sacro bem firme na superfície de apoio é fundamental para garantir o sucesso da flexão. É um ponto fixo a partir do qual a coluna se mobilizará.
Iniciando o movimento numa posição neutra indo a favor da gravidade, é bem maior a chance de flexibilizarmos as vértebras uma a uma, utilizando a contração excêntrica, ou seja, relaxando pouco a pouco. É preciso que o professor auxilie dando dicas ao aluno para que “desligue”, relaxe a musculatura mais superficial. Sua ativação dificulta a ação, e a sensação, do movimento mais sutil.
A idéia do pezinho da bicicleta também é básica, ou seja, a ajuda do braço estabilizado em suas articulações do cotovelo e ombro dando suporte para a caixa torácica. Geralmente vamos conseguir, na mesma direção do apoio do braço, a mobilidade das vértebras e o espreguiçar da musculatura intercostal. Utilizaremos aqui mais a reverberação do movimento, o transporte como é chamado na eutonia, o se deixar levar por um osso que empurra o outro, do que propriamente uma ativação muscular.

Para um professor antenado, que sempre busca feed backs dos seus alunos, muitas vezes a resposta muscular e sensorial a estes movimentos, será a de que o aluno sente mais a ativação do lado côncavo em relação ao convexo, o que seria o gostoso espreguiçar intercostal.
É bastante importante neste momento, chamar a atenção do aluno para a ação excêntrica do lado côncavo ou seja: pedir ao aluno que espreguice o lado côncavo, que pense em crescer deste lado e também que desligue, relaxe a musculatura ativada. Vamos lembrar que esses movimentos são feitos a favor da gravidade, ela entra como assistência, não sendo necessária contração neste sentido.
É o tal lado do tubo que afrouxa de um lado enquanto o outro estica.

Intermediários: Mermaid na Cadeira

Mais desafiadoras, as sereias na cadeira sejam de joelho ou sentadas no assento, desafiam por colocar o apoio do braço numa situação de cadeia pseudo fechada. Na de joelhos, se mantivermos a idéia da bacia firmemente ancorada sobre o fêmur, sem deslocamentos laterais, o empurrar do pedal auxiliará na flexibilização da torácica.
É o pezinho da bicicleta novamente. Na realidade este "empurrar" o pedal é um ser empurrado por ele também.
Veja http://pilatespaco.blogspot.com/2008/12/o-apoio-das-mos-braos-ombros-nas-barras.html
Na sentada, o pedal praticamente não desce (ou não deveria descer), pois devido a posição inicial sentado no assento, quando o braço toca o pedal, a coluna já está bastante flexionada e a tendência, se o empurrarmos, é perder o alongamento axial da coluna, especialmente da lombar e hiperflexibilizá-la comprimindo os discos intervertebrais.

Avançados: Side Sit Up no Ladder Barrel e Flexão lateral (Short Box) na Reformer

Se iniciarmos numa negativa com a intenção de subir fazendo a flexão lateral, é muito mais difícil acessar a musculatura profunda. É um exercício mais avançado, exige muito mais consciência corporal para que seja executado corretamente, ou seja, para que entrem em ação camadas profundas que flexibilizarão vértebra por vértebra e as camadas superficiais que elevarão o tronco já feita a flexão das vértebras com ativação local.

Ultimas dica: a imagem da maçaneta girando no peito, pode incluir, inclusive, um toque táctil de uma mão no esterno e outra, simultânea, na torácica fazendo, juntas, um movimento de girar no eixo, foi a Clara Trigo que fez comigo lá pelos idos de 99.

Vejam também: http://pilatespaco.blogspot.com/2009/02/flexoes-laterais-uma-sequencia.html

É isso aí? O que vocês acham?

Beijo, Silvia.
Minha foto
Sampa, SP, Brazil
Mulher, mãe, professora de Ed. Física, instrutora de Pilates, uma apaixonada pelo movimento: o meu, o seu, o de todos nós, o de todas as coisas..