terça-feira, 24 de maio de 2011

Nasceu o curso Pilates na Terceira Idade!

O Curso Pilates na Terceira Idade foi ministrado a primeira vez neste último finde em São Paulo. Foi um processo bastante intenso de pesquisas, reuniões, estudos, sessões de fotos, enfim, um trabalho enriquecedor.
O start para esse curso veio, como de costume, da nossa prática em estúdio. Constatamos que tínhamos um numero crescente de alunos com mais de 60 anos e que suas queixas e objetivos tinham diversos pontos em comum.


Além disso, e principalmente, tinhamos a certeza e a alegria de ver que nosso trabalho lograva de forma extremamente positiva os objetivos traçados – os deles e os nossos em relação a eles.


Foi a partir daí que o velho e bom hábito mais uma vez veio a tona: chegava a hora de compartilhar nosso conhecimento. Falo neste post em primeira pessoal do plural porque, desta vez, o curso foi elaborado em grupo. Dayse, uma das fisioterapeutas responsáveis pelas avaliações posturais dos nossos estudios, além de ser também instrutora e minha sócia, e Juliana, também da minha equipe e formada em Dança, completaram o time nesta elaboração.


Iniciamos com um organograma, um esqueleto do que petendiamos abordar e, a partir daí, cada uma foi correr atrás da bibliografia – livros, sites, artigos – que embasam nossa prática, para formalizá-la e agregar ainda mais elementos de atualização sobre o tema.
Fizemos o levantamento de quem é o idoso hoje, como eles andam em relação à atividade física, quais as pricipais consequências e desdobramentoa da velhice que acabam levando às patologias mais comuns do grupo. As estatísticas comprovavam a nossa vida de estudio.


A partir daí, paralelamente aos estudos, definimos os temas principais que abordaríamos, as familias de exercicios que desenvolveríamos no curso.
Selecionados os exercícios fizemos 3 sessões de fotos que, mais uma vez, confirmavam e aumentavam nosso desejo de compartilhar: os modelos, alunos nossos da Terceira idade, executaram mutíssimo bem tudo que lhes foi proposto.


Material em mãos fomos unindo as partes numa sequência que nos parecia lógica para a construção do conhecimento sobre o assunto. Momentos de teoria baseados em bibliografias atualizadas, mesclados com circuitos de exercícios adaptados às diversas necessidades e alterações do idoso, pequenas aulas trabalhando fluidez e dinâmica, formas do professor se posicionar diante desse publico, organização de programas de aulas, etc.


Todos esses pedaços nos deram um longo fio condutor que enrolamos em um novelo.
Curso pronto? De jeito nenhum!


Faltava colocar tudo isso na prática. Chegou o dia e lá fomos nós, ansiosas para desenrolá-lo e completá-lo com a contribuição do grupo, a troca de experiências, as dúvidas, a prática do proposto.


Quando o curso começa e vamos desenrolando o novelo dos vários elementos que fomos costurando, e o grupo vai nos dando o feed back de como vai sentindo seu próprio corpo com a execução dos exercícios sugeridos, só então podemos avaliar se aquela abordagem realmente é eficaz.

É interessante comentar que quando sistematizamos um conteúdo específico, reunimos toda a teoria e prática que envolve aquele saber determinado. No cotidiano ele fica mesclado a tantos outros. E só aí que abordagem que fazemos sobre o assunto se desenha com tanta clareza, que parece que o assunto é novo inclusive para nós, pois é redescoberto, pintado com novas cores, enriquecido, encorpado.




Neste curso, felizmente, finalizamos muito satisfeitas porque o feedback do grupo foi muito positivo e a abordagem definida ficou muito clara e digna de ser compartilhada.


Quis contar tudo isso para vocês para estimulá-los a participar da próxima turma de Pilates na Terceira Idade e virem, também, ajudar a enriquecer esse curso que acaba de nascer.

Grande beijo a todos, um agradecimento especial a Dayse e Jujú que formam comigo o time deste curso , João Caldas, nosso aluno fotógafo que fez as fotos e Ana, Sonia, Orestes, Peter e Eliana que foram os modelos. Muito grata a todos!

Silvia.

domingo, 1 de maio de 2011

ARTICULE: O que não dobra, empurra!

Oi pessoal!

Faz algum tempo que venho me dando conta de uma idéia bastante óbvia, mas que tem me dado uma clareza e direcionamento bastante grandes na hora de trabalhar, dar dicas, facilitando a vida do aluno.

A idéia é essa do título do post – o que não dobra, empurra. Na realidade “dobrar” não seria o verbo que expicaria exatamente a idéia, mas sim "articular”. Quando falamos em movimento humano, falamos nesse jogo de estabilizar e articular. Quanto mais dominamos esse jogo, melhor nossa coordenação motora e controle, maior a economia de contrações musculares indesejáveis e, consequentemente, menos tensão desenvolvemos.

O insight dessa idéia me veio quando um aluno executava o exercício da imagem ao lado, de passar a barra torre no trapézio (side pull-up). Notei que seu ombro subia e, obviamente me vieram as idéias de falta de estabilização, organização, etc.
Mas, o que apareceu claramente naquele momento para mim, como numa visão de raio X do gesto, pensando apenas no esqueleto do aluno fazendo o movimento, foi que o úmero estava empurrando a escapula pra cima!

O que fazer então para que isso não acontecesse? O que estimular? Em que momento aquele úmero começava e empurrar a escápula/ombro para cima?
Pois bem, o úmero subia porque era a direção que encontrava para ir quando a outra direção o bloqueava, estava impedida: o cotovelo que deveria dobrar não articulava de maneira eficiente. Me dei conta do óbvio: assim como a junta coxo-femural que, quando não articula, empurra a patela, o cotovelo que nao articula empurra a escapula.

Bingo! Comecei a estimular mais os alunos a focarem sua atenção no local “do articular” durante o gesto, permitindo e estimulando este deslizar.

Vamos experimentar?
Em cadeia aberta:

Alongue um braço a frente do seu corpo como se apoiasse seus dedos numa parede a sua frente. Deixe o o úmero conectado na escapula, com ótima congruência, ou seja, espaço clavicular preservado, musculatura peitoral macia.
Verifique com a mão livre se o peitoral está macio. Se não estiver recolha gentilmente o úmero para dentro até que a escapula retome sua neutralidade e descanse sobre seu gradil costal dorsal. Braço longo e pesado no ar como se boiasse sobre as águas.

Muito bem! Comece a dobrar seu cotovelo em direção a sua cintura deixando que seu úmero desça até ficar do lado de seu tronco, que seu cotovelo aponte para o solo e que, a palma da sua mão, que antes olhava para o solo, agora olhe na mesma direção de seus olhos – para frente.
Experimente agora com os dois braços. Quando estiver com os dois braços flexionados projete ainda mais seus cotovelos para o solo, deixe seu pescoço longo, escápulas baixas, clavículas abertas.

Em cadeia fechada:
Agora vá para perto de uma parede e fique de frente para ela. Faça o mesmo gesto de dobrar MUITO seus cotovelos até tocar sua testa na parede. Foque sua atenção neste deslizamento, procure manter espaço entre clavículas E entre as escápulas.
Faça algumas vezes.
Agora, em camera lenta, execute o mesmo gesto travando o deslizamento dos cotovelos, não permitindo que eles dobrem, mas continue indo com a testa em direção a parede. O que acontece?
Provavelmente você notará que seus ombros sobem e suas scapulas juntam atrás.
Por que? Porque o que não dobra EMPURRA.

Quando não articulamos aonde isso deve acontecer, a peça óssea começa a empurrar as outras articulações e ossos. Quando utilizamos isso a nosso favor (como no pézinho da bicileta da flexão lateral) isso é bom.
Mas quando acontece a nossa revelia, por má coordenação, falta de mobilidade ou de consciencia dela, isso vira tensão e desorganização.

Resumo da opera: estimule nos seus alunos a percepção, atenção, dos locais aonde acontecem os movimentos e peça para que deixem que aconteça. Peça que imaginem aquele lugar cheio de oleo de forma que as juntas façam jus ao nome ARTICULAÇÃO.

Quando for ensinar um movimento pela primeira vez faça um ensaio prévio.


Prática – Braços na cadeira em prono (variação do Swan).
Peça ao aluno que faça o gesto em pé com uma bastão nas mãos, flexionando e estendendo os cotovelos como na primeira experiência de hoje em cadeia aberta. Peça que visualize que o bastão está paralelo as suas clavículas e que deverá permanecer assim. Quando chegar com os cotovelos na cintura tracione, por trás, seus úmeros para baixo para que sinta a sensação do pescoço longo e úmeros que tracionam as escápulas para baixo.

É esta sensação que ele irá reproduzir na cadeira em prono, porém com as mãos no pedal e não com o bastão.

É isso aí!



O que vocês acham destas idéias? Se fizerem asexperiências, me cont

Minha foto
Sampa, SP, Brazil
Mulher, mãe, professora de Ed. Física, instrutora de Pilates, uma apaixonada pelo movimento: o meu, o seu, o de todos nós, o de todas as coisas..